Se não se sente no seu melhor, o primeiro especialista a ser contactado, por norma, deve ser o de Medicina Geral e Familiar, ou como normalmente é conhecido, o seu médico de família.
Esta especialidade foi criada em 1985 e hoje em dia, é considerada uma especialidade vital para toda a família. Todos os médicos começam com seis anos no curso de Medicina, após estes seis anos, o médico escolhe a sua especialidade e Medicina Geral e Familiar implica mais quatro anos de formação. A única diferença é que esta é a única especialidade que não é hospitalar, por norma os Médicos de Medicina Geral e Familiar, não trabalham no hospital, mas sim no centro de saúde e ao domicílio, embora possam ser chamados ao hospital para fazer urgências nos serviços de Ginecologia Obstetrícia ou Pediatria.
Um médico de Medicina Geral e Familiar acompanha toda a família tendo um conhecimento aprofundado de várias doenças desde saúde infantil à saúde geriátrica. Faz o seguimento dos pais, filhos, netos e avós, e por isso é que se costuma chamar ao doutor de médico de família. Este especialista tem um vasto conhecimento clínico para poder seguir toda a família, sendo por isso considerada uma das especialidades mais completas, no que toca ao conhecimento do corpo com um todo, nos diferentes géneros e idades.
«Cerca de 80% dos problemas de saúde dos portugueses são tratados pelo médico de família»
A que se dedica concretamente a Medicina Geral e Familiar?
O grande objetivo desta especialidade é a prevenção, através do acompanhamento da pessoa ao longo da sua vida. O médico de família faz o acompanhamento da gravidez, observa os bebés desde as primeiras vacinas e trata das patologias mais comuns na infância, vigia a saúde na idade adulta e ajuda a cuidar e monitorizar a saúde dos mais velhos.
Não implica os utentes não serem observados pelos médicos especialistas das áreas respetivas, mas o acompanhamento é feito pelo médico de Medicina Geral e Familiar.
Quais são os problemas de saúde que o médico de família ajuda a tratar?
Grande parte dos problemas de saúde dos portugueses são tratados pelo seu médico de família. A maioria das patologias que não exigem internamento, podem ser tratadas pelo seu médico de família.
O médico de família pode, por exemplo, ajudar a cuidar e fazer o acompanhamento de quem está a lidar com depressão ou crises de ansiedade, de quem sofre de fibromialgia ou tendinite, bem como de doenças crónicas como diabetes ou hipertensão. Também pode fazer pequenas cirurgias, como a remoção de sinais e quistos. É uma especialidade que trabalha muito em rede, sendo o epilogo do que promovemos na Ferreira da Cunha Saúde, onde o médico recorrendo a colegas especialistas noutras áreas, pode tirar dúvidas ou pedir uma segunda opinião, para garantir um diagnóstico e tratamento mais adequados possíveis. Se o caso for demasiado grave ou complicado, aí o utente é diretamente encaminhado para o especialista específico da área ou para o hospital por necessitar fazer exames complementares de urgência e/ou receber medicação intravenosa.
Não é mais benéfico as pessoas serem seguidas pelo especialista da área da patologia em questão?
O benefício do especialista da área é inequívoco. Um problema real, por exemplo, seria o de que não existem neurologistas em Portugal suficientes para tratar todos os doentes com demência. Por isso, quem diagnostica a demência é, muitas vezes, o neurologista, mas quem acompanha o doente é o médico de família. O oposto também acontece sendo o próprio médico de família, como primeira linha de abordagem, a referenciar os utentes para as especialidades para fazer confirmação diagnóstica. O médico de família, através da avaliação de sinais e sintomas, faz um diagnóstico de presunção e/ou definitivo.
Outro exemplo poderiam ser os problemas de ansiedade e/ou depressão. Se cada pessoa que estivesse com uma depressão precisasse de um psiquiatra, não havia psiquiatras suficientes. O médico de família tem formação suficiente para gerir os utentes. Esta formação é dada por diferentes especialistas durante a sua formação profissional e as atualizações em congressos e seminários, são fatores importantes que permitem aos mesmos realizar este trabalho de forma competente, não só o diagnóstico, através das guidelines nacionais, internacionais e, ainda, da sua componente empírica. Tem ainda a capacidade clínica de medicar e acompanhar a evolução clínica dos utentes.
Em casos clínicos mais complexos ou de agravamento poderá ser encaminhado para o especialista após ineficácia de primeiras escalas terapêuticas.
« O médico de família, através da avaliação de sinais e sintomas, faz um diagnóstico de presunção ou definitivo »
Outro problema é se pensarmos que, por exemplo, o Sistema Nacional de Saúde não consegue responder em tempo útil a todas as situações clínicas simultâneas.
Imaginando que tem um problema no joelho, pode ser reencaminhada para um ortopedista, mas se calhar só terá consulta daqui a seis meses, ao passo que se for a um médico da Ferreira da Cunha Saúde possivelmente consegue consulta de uma semana para a outra com agendamento e coincidência de disponibilidade entre as partes. No entanto, esta facilidade traz um outro cenário que é a falta de triagem e que faz com que, por exemplo, uma dor de cabeça motive a ida a um neurologista e à realização de exames que na maior parte dos casos não são necessários. Se, em vez disso, receber em primeiro lugar o médico de família, este poderá orientá-la e dizer-lhe o que precisa de fazer, ajudando(a) a não desperdiçar dinheiro, recursos e o seu tempo quando tem a resposta à distância de um contacto.
Como podemos saber se devemos procurar o médico de família ou outro especialista para um problema concreto?
Toda a gente deve ter um médico de família, quer seja no centro de saúde ou, se tiverem seguro de saúde, num hospital privado, e devem procurá-lo em primeiro lugar para que este possa orientá-las, seja ao nível da prevenção, tratamento, otimização ou manutenção do seu estado de saúde e bem-estar.
Esta é a melhor forma de estar informado durante o seu processo de avaliação de necessidades terapêuticas ou prevenção das mesmas.
Mesmo quem tem um seguro de saúde e vai a diferentes especialistas?
Sim. O médico de família é uma das especialidades da medicina que tem uma visão global do paciente e através de uma gestão clínica centralizada, como a que é feita na Ferreira da Cunha Saúde, o médico tem um registo de todas as questões de saúde relacionadas com aquele paciente. Não só do historial clínico levantado pelo médico antes e durante o acompanhamento como as cirurgias que já fez, a medicação que tomou e que está a tomar, as reações alérgicas, como também os relatórios dos colegas especialistas que permitem o médico de família ter uma visão geral, mas aprofundada do utente.
Se um utente andar a saltar de médico em médico e não for ao seu médico de família de confiança/referência, vai perder o acompanhamento da sua evolução clínica e será menos provável fazer diagnósticos mais precoces e evitar gastos económicos exuberantes menos preventivos e mais reativos.
Não gosto do meu médico de família, mas já me segue há anos. Devo manter-me com ele?
Existe, fundamentalmente, um motivo que deve levar à procura de outro médico de família: a falta de empatia. Se somos seguidos por um médico durante a sua vida inteira ou durante cinco, dez ou 30 anos, tem de haver uma empatia forte. Se não há empatia, mais vale mudar, pois sem vínculo terapêutico a medicação prescrita não é tomada, os exames não são realizados e os conselhos médicos não são seguidos.
Na Ferreira da Cunha Saúde defendemos e compreendemos que a empatia e a confiança são dois pilares fundamentais no estabelecimento de uma relação terapêutica eficiente e mais produtiva. Por isso apoiamos os nossos utentes através da personalização na escolha do profissional de acordo com o perfil de cada utente.
No final do dia, a escolha é pessoal, mas uma relação terapêutica mais próxima e empática está provado que melhora a percentagem de sucesso terapêutico na escolha e cumprimento das indicações/sugestões clínicas.
Faz sentido ter dois médicos de família, um no privado e outro no centro de saúde?
Não faria sentido, ainda que depende da circunstância de vida do utente. Por exemplo é de Abrantes mas vive em Lisboa. Poderá manter médico de família na cidade Natal e ser acompanhado pelo médico privado em Lisboa, que acaba por ter maior facilidade de acesso.
Salvo algumas exceções, os utentes deverão ter um único médico de família de forma a poder ser acompanhado e aconselhado pelo mesmo. Ainda assim vivemos uma realidade mais burocrática em Portugal que nos obriga a arranjar soluções com alguma rapidez e eficiência e apesar da boa vontade dos profissionais de saúde o número de utentes em proporção ao número de profissionais não é exequível no SNS.
Por isso quem tem médico de família num hospital privado pode e deve manter a ligação com o centro de saúde para quando precisa de fazer acompanhamento obrigatório ou tratar, por exemplo, de uma baixa.
Existem vantagens em ter um médico que segue a família inteira?
Em geral existe um consenso que existem vantagens. O conhecimento da realidade biopsicossocial é muito importante para o diagnóstico médico reativo, curativo e preventivo. A história clínica familiar é muito relevante ao nível da medicina preventiva. Por outro lado, o ter acesso a uma realidade familiar abre outras portas ao nível da compreensão do utente num sentido holístico e consequentemente também que parte é influência do estilo de vida, da personalidade e do contexto familiar.
Se um membro da família sofre, por exemplo, de cancro ou de alguma patologia a nível mental, um médico que conheça essa realidade vai ter em conta este fator causador de ansiedade e stress no diagnóstico e uma melhor compreensão dos utentes. Ao seguir a família, o médico não está só a ver a pessoa, mas também o seu contexto familiar. Às vezes, o contexto em que se insere uma família pode parecer um pormenor, mas é muito importante na abordagem clinica, educação na saúde ou diagnóstico de fatores físicos ou psicológicos desencadeantes.
Quanto tempo demora uma consulta de Médico de Família?
Uma consulta de rotina/seguimento, onde o quadro clínico da pessoa não seja complicado deve durar entre 15 a 25 minutos. Este é o tempo médio de uma consulta de Medicina Geral e Familiar, que deve fazer, pelo menos, uma vez por ano. Na Ferreira da Cunha Saúde valorizamos ainda mais o tempo de consulta e consideramos o tempo médio entre os 20min e os 35min (depende sempre das necessidades do utente).
O check-up periódico é muito importante, pois permite detetar precocemente eventuais problemas de saúde que não dão sintomas, mas que provocam alterações nas análises, como colesterol elevado, anemia, doenças da tiroide ou do fígado, entre outras. Há doenças que são mais silenciosas que outras. Por isso, pelo menos cada 2 anos deve levar os seus exames mais recentes, a lista dos medicamentos que está a tomar e levar perguntas anotadas ao seu médico de família.
Não devermos apenas recorrer ao médico de família quando já temos indícios ou sintomas patológicos, mas sim em proatividade preventiva de forma a podermos ter uma boa relação com a manutenção da nossa saúde e bem-estar.
O que mais importante quando visitamos o Médico de Família?
Não minta… acerca da medicação que o médico prescreveu e que não chegou a ser aviada ou tomada até ao fim.
Não omita… outros tratamentos que esteja a fazer, nomeadamente medicinas alternativas.
Não de sinta julgado(a) em ato de consulta como fator de insegurança… o médico tem como objetivo ajudar os seus utentes não os criticar ou julga-los. Por isso mesmo comente tudo o que considere relevante clínica e pessoalmente.
Não é por ir ao médico que se “encontram coisas”, mas sim porque já existem/estão estabelecidas
Seja honesto(a) na comunicação das suas dúvidas/inseguranças
Seja colaborador(a) e curioso(a)
Estar asseado(a) e apresentável… nunca se esqueça o instrumento de trabalho do médico é o nosso corpo.
Deve procurar o seu médico de família se sentir:
Fazer Check ups regulares
Se tiver dúvidas sobre algum tema de saúde e bem-estar, seja hábitos do dia a dia, educação sexual, educação familiar, preocupações/inseguranças, entre outros.
Mal estar geral
Falta de energia para as coisas do dia a dia
Falta de apetite
Cansaço
Alteração de humor regularmente
Febre
Dores no corpo
Insónias
Entre outras.
Principais Patologias de urgência/relevância médica:
Sistema Respiratório: Amigdalite, Infeção Respiratória vias baixas, Tosse, Expetoração;
Sistema Digestivo: Vómitos e Náuseas, Gastroenterite, RGE, Azia, Diarreia, Hemorroidal;
Sistema Osteo-mio-articular: Dor em Geral, Contraturas Musculares, Lombalgia e Ciática, Cervical, Entorse;
Sistema Nervoso: Tonturas, Vertigens, Sdr Vertiginoso, Cefaleia, Insónias;
Sistema Circulatório: Crise HTA, Insuficiência Venosa;
Dermatologia: Prurido, Comichão, Eritema Facial, Infeções cutâneas;
Ginecologia/Urologia: Infeção Urinária, Candidíase, Prurido Genital;
Psiquiatria: Crises de Ansiedade, Ataques de Pânico, Insónia, Agravamento de pensamentos negativos/Depressão;
Oftalmologia e Otorrino: Conjuntivite, Otite;
Saúde Infantil (A partir dos 2 anos);
Entres outros.
Este Serviço é a base da medicina preventiva e de acompanhamento clínico dos utentes e respetivas famílias. O médico de família é o gestor das necessidades clínicas das famílias, sendo o mais competente na avaliação e encaminhamento para outras especialidades valências, ficando com o papel central num 360º que se deverá gerar á volta do utente.
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Fontes:
Um Médico para toda a Família, Dr. João Ramos, Manuscrito
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