A gaguez é uma perturbação da fluência, caracterizada pela presença de disfluências involuntárias e atípicas do discurso, com duração e forma variáveis que resultam de dificuldades de planeamento e execução motora da fala. Ou seja, o indivíduo sabe o que quer dizer, no entanto, a produção da palavra não flui da forma como a pessoa desejaria. Esta produção é geralmente acompanhada por esforço e/ou tensão muscular. A gaguez pode surgir até a adolescência e é, maioritariamente, de origem genética.
A perturbação da fluência tem um impacto profundo no indivíduo que gagueja, influenciando as diversas dimensões da sua vida.
Existem vários mitos e crenças que a população tem como adquiridos sobre a gaguez, que são necessários desmistificar, sendo alguns deles:
A pessoa gagueja porque pensa mais rápido do que fala – todas as pessoas pensam mais rápido do que falam, porém nem todos gaguejamos;
Começou a gaguejar desde que apanhou um susto – todos nós já apanhámos sustos e não foi por isso que começámos a gaguejar;
O nervosismo, ansiedade, timidez e baixa autoestima causam a gaguez – nenhum destes sentimentos causa a gaguez, no entanto podem sim agravá-la;
O stresse é a causa da gaguez – todos podemos gaguejar numa situação de stresse, mas não causa gaguez;
A gaguez pega-se por ouvir outros a gaguejar – quando ouvimos uma pessoa a gaguejar podemos ter tendência a gaguejar, porém não ficamos gagos;
Ajuda dizer “tem calma, respira fundo, fala devagar, pensa antes de falar” – este tipo de ajudas não faz com que a gaguez melhore, apenas torna a pessoa que gagueja mais consciente e consequentemente mais preocupada;
É importante os pais estarem atentos a sinais de alerta, principalmente no período de aquisição de linguaguem. Sempre que há suspeitas de uma possível gaguez, aconselha-se que procure um Terapeuta da Fala o mais cedo possível. Está cientificamente provado que a intervenção precoce é a forma mais eficaz de lidar com a gaguez.
“A gaguez não é meramente uma perturbação da fala, mas sim um impedimento na vivência social.” – Charles Van Riper
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Artigo pela nossa Terapeuta da Fala Catarina Martins
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